26 de ago. de 2009

MERCADO DE TRABALHO PARA DESIGN DE INTERIORES

Para aqueles que ainda insistem em acreditar e difamar que a atuação de um Designer de Interiores é restrita às trocas e escolhas de vasinhos, almofadas e algumas outras coisinhas mais, sinto muito, mas provavelmente irei decepcioná-los com este texto.
A formação de um Designer de Interiores é ampla o suficiente para lhe abrir um vasto leque de nichos no mercado até então ou desprezado ou assumido por “dezáiners”.
Dentro da matriz curricular dos cursos encontramos elementos que nos habilitam para o exercício profissional muito além de quatro paredes apenas. Podemos sim atuar fora dessas barreiras físicas, basta saber analisar e perceber as coisas
Neste e nos próximos textos desta serie, farei um breve esboço de algumas dessas áreas e como se dá a atuação de um profissional de Design de Interiores nestes trabalhos. Inicio falando um pouco do nosso trabalho relacionado à Moda.

MODA
Na área da Moda, a atuação do Designer de Interiores é fundamental para uma confecção, grife e lojas voltadas a este segmento de mercado. Porém a atuação do profissional vai muito além do simples projetar do PDV ou do vitrinismo.
Um profissional de Interiores está apto a realizar transformações mais profundas e oferecer outros produtos e serviços para as empresas do segmento Moda.

Comecemos então pela própria confecção, a indústria: neste espaço o trabalho de um Designer de Interiores deverá estar ligado às necessidades reais, ergonômicas, estéticas e lumínicas de alguns setores que normalmente são simplesmente montados sem a correta observância de normas. Os maiores problemas encontrados são exatamente na área da produção onde vê-se um amontoado de máquinas, pessoas, pilhas de peças em processo de acabamento, corte e tudo o mais que engloba este setor. Problemas não faltam, mas para um bom profissional, as soluções também não irão faltar.


Outro setor é o showroom das confecções. Este local é o cartão de visitas da empresa e deve funcionar como um espaço de demonstração ao mesmo tempo que deve ser acolhedor e confortável, contribuindo para o bem estar e tranqüilidade do cliente no momento de suas compras. Este setor engloba também as vitrines do espaço que devem ser muito bem trabalhadas tanto no item design como também na iluminação. Não há a necessidade de poluir um showroom colocando em exposição todos os produtos como na foto ao lado, porém note a tranqüilidade no atendimento, a perfeição da luz que faz perceptível todos os detalhes do produto sem alterar a cor ou textura.
Mais espaços da Moda onde um Designer pode atuar é na produção de sets. A produção de set engloba as áreas mais ligadas ao marketing empresarial como desfiles, catálogos e editoriais.

Para editoriais e catálogos o profissional deverá trabalhar ligado diretamente com o Designer de Moda da empresa que é quem vai ditar o tom do evento. Numa primeira reunião serão apresentados o tema, visão do designer sobre o tema, cores, texturas, padronagens e tecidos, debater à exaustão sobre os elementos que compõem a coleção. Será um trabalho de interna ou de externa? Se for de externa, há a necessidade do designer verificar possíveis locações para as fotos. Quem será o fotógrafo, qual o seu estilo de trabalho, iluminação, equipamentos serão outros elementos que também deverão ser considerados. Quais parceiros/contatos você tem que poderão ceder a locação, móveis e acessórios que serão necessários para a cenografia. Após isso é que será iniciado o processo de concepção do projeto. Para que se funcione, tudo deve ser harmônicamente trabalhado.
Já para a produção de desfiles, o processo é semelhante ao acima descrito porém, direcionado para um evento onde há publico e, diferentemente de uma produção de um editorial ou catálogo, tudo tem de estar perfeitamente pronto e acabado no momento do uso, seja a cenografia, a iluminação ou os espaços alternativos que se fazem necessários como os lounges por exemplo. Neste projeto entram elementos como quantidade de pax (cadeiras), espaço para quantos fotógrafos, dimensões do camarim, passarela, estruturas, para os lounges sofás, cadeiras, aparadores, buffets, etc. Enfim, tudo o que participa de uma montagem deste tipo de evento. Dentro disso tudo o profissional também deverá estar atento às normas de segurança, acessibilidade entre vários outros elementos.
O tecnólogo em Design de Interiores trabalha para tornar mais agradável, prático e equilibrado os espaços internos de residências, empresas ou ambientes públicos. Ele elabora projetos de ambientação detalhados, levando em consideração tanto o gosto do cliente quanto as melhores opções de iluminação, ruídos e temperatura ambiental. Assim, é capaz de aliar aspectos ergonômicos, conforto e estética na hora de distribuir mobiliários, acessórios, equipamentos e outros elementos decorativos. O curso dá, ainda, aptidão para especificar materiais de acabamento e gerir projetos de reforma, elaborando cronogramas e orçamentos.


A sociedade passou por transformações que, indiretamente, foram muito benéficas para esse profissional. É cada vez mais forte a tendência em buscar espaços de convivência mais harmônicos e confortáveis no ambiente de trabalho e fora dele. E se você olhar em volta, vai perceber que até mesmo as empresas deixaram os tons pastéis para trás e estão investindo em decorações mais atraentes, visando aprimorar a eficiência de seus espaços e o bem estar de seus funcionários.

O tecnólogo em design de interiores pode trabalhar em construtoras, escritórios de arquitetura, interiores e paisagismo, atuar como consultor técnico de aplicação de materiais de acabamento e acessórios para ambientes ou como consultor em lojas especializadas em interiores, móveis, acessórios, tecidos, revestimentos e iluminação. Também pode prestar serviços como autônomo.

Segundo a coordenadora Nedyr Galhargo Martinho Modesto, a área está crescendo muito. “Muitos tecnólogos aproveitam para abrir um negócio próprio e acabam vendendo produtos que eles mesmos criam”, afirma. “O único problema é que, infelizmente, a profissão ainda é elitizada e, por isso, os profissionais se concentram nas regiões mais ricas.” Os grandes centros do Sudeste continuam a ter ofertas mais promissoras de trabalho. Mas este cenário está mudando, porque a classe média de outras regiões começa a se preocupar mais com detalhes que até pouco tempo eram considerados sem importância. “Em minha opinião, o desafio é conscientizar a sociedade de que o investimento em profissionais que realmente podem solucionar seus problemas de espaço vale muito a pena”, opina a coordenadora.

Postado por Mirthes, Dirlene e Adriana.

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